'Peixe santo': Mesmo com restrições, colônia de pescadores registra aumento nas vendas

Muitos consumidores optam pela compra direta na Colônia Z-3, garantindo peixe fresco

Apesar das restrições impostas pela Lei do Transporte Zero, que limita a pesca, transporte e comercialização de determinadas espécies em Mato Grosso, os pescadores da Colônia Z-3, localizada na Avenida Cuiabá, às margens do Rio Vermelho, em Rondonópolis, tem registrado aumento nas vendas de pescado durante a Semana Santa.

A movimentação no local tem sido intensa com a procura por peixes frescos para manter a tradição da Sexta-feira Santa.

O líder da Colônia Z-3, Francisco Teodoro da Silva, explicou que, mesmo com as limitações legais, a procura por peixe foi maior em 2025 do que nos anos anteriores. “De rio nós estamos vendendo pacu, piau, jiripoca, bico de pato, palmito e de tanque tem a opção de tambatinga. A procura está muito boa, graças a Deus”, afirmou.

Mesmo com a boa movimentação durante o período, Francisco fez críticas ao governo estadual devido à proibição da pesca de algumas espécies no estado.

“O governo nunca nos ajudou e sempre nos atrapalha. Um exemplo é que um pintado de 15 quilos paga a nossa luz e água. Já se pegar 30 pacus não é possível pagar a luz nem a água por conta do peso”, desabafa o pescador. Ele afirma que a medida afeta diretamente a sobrevivência dos profissionais da pesca da região.

As restrições fazem parte da Lei do Transporte Zero que determina que, para pescadores profissionais, é permitido pescar, transportar e comercializar peixes, exceto as 12 espécies listadas como proibidas.

Já para os amadores, é permitido apenas o pesque e solte e a captura limitada a dois quilos ou uma unidade para consumo local — desde que não estejam na lista das espécies restritas.

Entre as espécies proibidas estão: cachara, caparari, dourado, jaú, matrinchã, pintado/surubim, piraíba, piraputanga, pirara, pirarucu, trairão e tucunaré.

Destas, Francisco destaca que as mais comuns na bacia do Paraguai, onde atua a Colônia Z-3, são pintado/surubim, cachara, jaú e piraputanga. “São as que fazem diferença pra nós. O governo precisava ter mais humanidade e rever esse decreto”, declarou.

A movimentação durante a Semana Santa também tem servido para amenizar os impactos econômicos que os pescadores vêm enfrentando com as restrições da nova legislação. Muitos consumidores optam pela compra direta na Colônia Z-3, garantindo peixe fresco e colaborando com a renda das famílias que dependem da pesca artesanal. Francisco reforça que a comunidade local tem sido fundamental para a sobrevivência da categoria. “Estamos à disposição da população, que sempre tem nos ajudado”, disse.



Fonte: A Tribuna MT
Crédito da Foto: Arquivo