Área no CPA: Defensoria não concorda e projetos de doação devem ser rejeitados

Na foto, projeto da futura sede. Segundo a Defensoria, a sua atual sede em Rondonópolis ocupa um prédio três vezes maior do que a área que está sendo proposta pela prefeitura

A Defensoria Pública manifestou, ontem, sua contrariedade com a proposta de doação de um terreno de pouco mais de dois mil metros quadrados à instituição na área destinada pelo prefeito Zé Carlos do Pátio (PSB) para ser o Centro Político Administrativo (CPA) de Rondonópolis.

Representantes do órgão compareceram ontem à Câmara Municipal, durante a reunião da Ordem do Dia, onde são discutidos os projetos que entram na pauta da sessão do dia seguinte, no caso hoje quarta-feira, para externar a insatisfação e solicitar para que não seja aprovada pelos vereadores a doação da área à instituição.

Eles conseguiram, ao final da reunião, ter o compromisso do presidente da Casa de Leis, vereador Júnior Mendonça (PT), de que o projeto de doação do terreno para a Defensoria não estará na pauta de votação da sessão de hoje.

Como já noticiado pelo A TRIBUNA, o prefeito Zé Carlos do Pátio encaminhou, na semana passada, para a Câmara Municipal, em regime de urgência, um conjunto de projetos propondo doações de terrenos no futuro CPA para 17 instituições e entidades. O pedido de urgência foi rejeitado.

Contudo, o líder do prefeito na Casa de Leis, vereador Reginaldo Santos (PSB), deve tentar colocar os projetos em votação na sessão de hoje.


Na foto, os defensores públicos Ricardo Morari, Juliano Botelho Araújo e Melissa Rodrigues Gonçalves Vicentim: não concordam com o tamanho da área que está sendo oferecida à instituição no futuro CPA (Foto – Divulgação)

No entanto, pelo que apurou o A TRIBUNA, dificilmente devem ser aprovados, caso realmente entrem, já que é grande a resistência dos vereadores em votar, no “apagar das luzes” da atual gestão, a doação destes terrenos para vários órgãos e entidades de classe.

O coordenador do núcleo criminal da Defensoria Pública em Rondonópolis, Ricardo Morari, explicou aos vereadores que o terreno proposto no projeto encaminhado por Pátio é menor que a sede atual, que já não consegue atender toda a demanda de serviços da Defensoria em Rondonópolis.

A proposta encaminhada pelo executivo, que não teria ouvido a instituição, prevê a destinação de um terreno de pouco mais de dois mil metros quadrados para a Defensoria, cujo a sede atual ocupa um prédio três vezes maior.

A Defensoria em Rondonópolis conta hoje com 15 defensores, que são divididos em dois núcleos. Além do criminal, coordenado pelo defensor Ricardo Morari, tem o civel, sob a coordenação do defensor Juliano Botelho.

Segundo Juliano, há uma necessidade urgente para que a estrutura de atendimento da Defensoria em Rondonópolis seja ampliada, já que a atual não comporta. Por isso, a Defensoria tem um projeto para construção de uma sede com 20 mil metros quadrados, com capacidade para receber 20 defensores.

Ao destacar o papel desempenhado pela Defensoria, ele reclamou que a instituição, apesar das várias tentativas de diálogo com a gestão municipal, foi ignorada.

“Nos termos em que se encontra o atual projeto do CPA, uma das instituições que mais atende a população carente ficará excluída do espaço e quem perde com isso é toda a sociedade”, completou a defensora Melissa Rodrigues.
Após ouvir os defensores e os colegas, o vereador Júnior Mendonça disse que o projeto de doação de terreno à Defensoria Pública não estará na pauta de votação e ainda cogitou a possibilidade de também retirar todas as demais propostas de doações de terrenos no CPA encaminhadas por Pátio, já que não há consenso entre os vereadores.




Fonte: A Tribuna MT
Crédito da Foto: Divulgação