Vila Olinda: Alunos querem a continuidade das turmas noturnas na 'Francisca Barros'

Comunidade escolar diz que foi pega de surpresa com decisão da Secretaria de Estado de Educação

Alunos da Escola Estadual Francisca Barros de Carvalho, localizada no bairro Vila Olinda, querem a continuidade das turmas noturnas, que não devem mais funcionar a partir de 2025.

A direção da escola comunicou os alunos esse mês que não atenderá mais neste período e que os estudantes devem procurar a escola mais próxima para estudarem e apontam como opção a Escola Estadual Professora Amélia de Oliveira Silva, localizada no Parque Universitário.

Funcionam na escola no período noturno turmas do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio, além de três turmas do Ensino Para Jovens e Adultos (EJA). Todas devem deixar de funcionar no próximo ano.

Ao A TRIBUNA, alunos e a comunidade escolar informaram que foram pegos de surpresa com a decisão tomada pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc).

“Não houve nenhum tipo de reunião com os alunos das turmas noturnas, nem com a comunidade escolar para tratar da situação. Fomos pegos de surpresa”, disse um integrante da comunidade escolar.
O problema, conforme relatam, é que muitos alunos trabalham durante o dia e, por isso, estudam no período noturno e, terem que se deslocar para outras regiões para estudar fica ainda mais difícil, o que pode fazer com que uma parte abandone a escola.

Além disso, contam que ainda estão matriculados na escola “Francisca Barros”, não foram transferidos, e que não há vagas suficientes para todos na Escola Professora Amélia nas turmas noturnas.

No caso dos estudantes do EJA, a situação é ainda mais preocupante segundo a comunidade escolar, já que os alunos teriam que se deslocar até a Escola Estadual Major Otávio Pitaluga, no centro da cidade, para poderem continuar estudando no período noturno.




A aluna do EJA, Luzia da Silva Omena, 30 anos, explicou ao A TRIBUNA que é mãe de duas filhas, trabalha durante o dia e é a responsável por sustentar a família.

“Em 2024, após 12 anos fora das salas de aula, tive a possibilidade de retornar aos estudos por conta do EJA no período noturno. Hoje, estou aqui para expressar minha indignação com a decisão de encerrar as aulas noturnas da EJA em 2025 na nossa escola”, lamentou.

Segundo a aluna, essa decisão de fechar as turmas noturnas não afeta apenas ela, mas também muitas mães e pais que trabalham durante o dia e dependem das aulas noturnas para continuarem seus estudos.

“As escolas próximas à nossa não possuem mais vagas nas turmas regulares, quanto mais do EJA. E aquelas que oferecem estão localizadas na região central, longe de casa e sem transporte”, lamentou.

Ela reforçou que “a educação deve ser acessível a todos, independentemente do horário em que podemos estudar. Estamos falando de oportunidades, de sonhos e do nosso futuro dos nossos filhos. Não podemos permitir que essa decisão prejudique tantas pessoas que lutam por uma vida melhor”.

Alunos e comunidade escolar estão se organizando para tentar impedir que o fechamento das turmas realmente ocorra. Eles também pediram apoio da Unisal, que informou que está acompanhando a questão e à disposição da comunidade escolar e dos estudantes para ajudar na mobilização e na busca uma solução.

OUTRO LADO
O A TRIBUNA entrou em contato com a Diretoria Regional de Educação de Rondonópolis solicitando os motivos para o fechamento das turmas, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.




Fonte: A Tribuna MT
Crédito da Foto: Arquivo