Nova gestão enfrentará desafio do lixo descartado em locais inadequados

O descarte de lixo em locais inapropriados prejudica aqueles que amam a cidade

Durante a campanha eleitoral para a prefeitura de Rondonópolis em 2024, os temas trânsito e saúde foram os mais abordados pelos três candidatos, com razão, pois são questões delicadas que afetam diretamente a vida dos moradores. Ninguém aguenta mais ver tantas mortes no trânsito, como no caso da jovem motociclista Khaane Silva Bernardes, de 26 anos, que morreu em um acidente no dia 30 de outubro, a poucos metros do seu trabalho. Todavia, esses não são os únicos problemas enfrentados pelos rondonopolitanos. O descarte de lixo em locais inapropriados prejudica aqueles que amam a cidade.

Rondonópolis parece ter se tornado um lugar onde cada um segue suas próprias regras, fazendo o que acha certo sem considerar as leis. Isso é visível no trânsito, onde é comum ver pessoas trafegando na contramão e furando semáforos. O resultado dessa desordem é catastrófico, e o mesmo parece acontecer com o descarte de lixo.

Com a falta de consciência ou de informação, a cidade tem ganhado inúmeros lixões a céu aberto, especialmente nos bairros periféricos, como a Vila Mineira e áreas próximas à Rodovia do Peixe. No entanto, o problema também tem se espalhado para regiões mais nobres, como os bairros Granville e Sagrada Família, próximos ao shopping.

Restos de materiais de construção, móveis, eletrodomésticos e pneus são comumente descartados em locais inapropriados, causando transtornos à população. Além de prejudicar a imagem da cidade, esses materiais podem provocar doenças e atrair pragas, especialmente no período chuvoso. O problema poderia ser reduzido se as pessoas utilizassem os quatro ecopontos da prefeitura, onde esses materiais podem ser descartados gratuitamente. A criação de mais pontos de descarte, aliada à educação ambiental e à fiscalização eficiente, pode ajudar a mitigar essa questão.

É preciso mudar a mentalidade das pessoas. Há alguns anos, o fotógrafo Roberto Barcelos, colega do curso de Jornalismo, produziu um filme sobre o tema, que foi premiado em um festival na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). O filme, intitulado "O lá fora é aqui dentro", critica aqueles que jogam lixo longe de suas casas, achando que estão descartando "lá fora". Na verdade, não existe "lá fora": ao degradar o local onde vivem, estão prejudicando a si próprios.

A nova gestão terá um grande desafio em relação ao problema do lixo. Não basta apenas limpar os locais se parte da população continuar com essas práticas. Portanto, o tripé de educação, fiscalização e punição parece ser a fórmula para uma mudança gradativa e eficaz.



Fonte: Primeira Hora