Transporte coletivo: Queda de braço entre prefeitura e Câmara afeta usuários

Sem a aprovação, pela Câmara Municipal, de um projeto destinando mais R$ 11 milhões para a AMTC, a autarquia anunciou, ontem, que deu início à redução das linhas de ônibus que atendem os usuários do transporte coletivo

Um imbróglio entre a prefeitura e a Câmara Municipal passou a afetar usuários do transporte público coletivo em Rondonópolis. O Paço Municipal encaminhou para o legislativo um projeto de lei que pede autorização para a liberação de um repasse de mais R$ 11 milhões para a Autarquia Municipal do Transporte Coletivo (AMTC), porém o projeto está com pedido de vista do vereador Ozeas Reis (União), que só deve liberá-lo para votação na próxima sessão da Casa de Leis.

Diante da possibilidade do projeto não ser votado em função do pedido de vista, ontem (16), ainda durante a sessão ordinária da Câmara, a presidente da AMTC, Priscila Paiva, se pronunciou informando que deu início à redução das linhas de ônibus que atendem os usuários.

“Se a Câmara tivesse aceitado nossa proposta, não precisaríamos ter que readequar as linhas para poder manter as finanças da autarquia em dia. Sem essa interferência, teremos que reduzir as linhas”, afirmou a presidente em nota.

Segundo a AMTC, os passageiros começariam a perceber a redução das linhas já na tarde de ontem. “As primeiras que vão passar por mudanças serão as da tabela 2, ou seja, aquelas que passam a cada meia hora, em seguida da tabela 3 que corresponde a linha Interbairros que vai operar com menos um veículo. Depois disso, serão reduzidas as linhas de reforço, as linhas criadas recentemente e as chamadas de corujão, que atendem durante a madrugada”, anunciou a autarquia.

Durante a sessão da Câmara Municipal, mesmo com a pressão feita pela prefeitura com o anúncio da redução das linhas para que o projeto fosse votado e aprovado, o vereador Ozeas Reis informou que não devolveria o projeto antes do fim do prazo de pedido de vista, que termina nesta sexta-feira (18). “Só devolvo no prazo”, disse, acrescentando que solicitou a AMTC que prestasse contas dos gastos da autarquia, o que não ocorreu.

“O transporte coletivo é essencial realmente, porém é preciso tratar o dinheiro público com seriedade. No ano passado, aprovamos um projeto de R$ 13 milhões para a autarquia, que deveria ter em caixa R$ 2 milhões neste mês. Mas o prefeito encaminha aqui para essa Casa um projeto pedindo mais R$ 11 milhões. Então pedi vista do projeto para analisar, para defender a sociedade”, alegou o vereador.

Ozeas ainda ressaltou que se a prefeitura encaminhasse as planilhas de gastos que foram solicitadas, o projeto de lei já teria sido liberado para a votação.

“É dinheiro público e temos que prezar pela transparência para o cidadão de Rondonópolis”, concluiu e reiterou que deve devolver o projeto de lei no prazo final para o pedido de vista nesta sexta-feira.

A AMTC argumentou qu e o projeto de lei está na Câmara Municipal desde 10 de setembro e que o valor solicitado deve garantir as operações da autarquia até fevereiro de 2025.




Fonte: A Tribuna MT
Crédito da Foto: Arquivo