Os 142 municípios de Mato Grosso registraram juntos mais de 3.488 áreas queimadas durantes os primeiros 8 meses de 2024, segundo dados do monitorados pelo Instituto Centro de Vida, com base no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A situação preocupante colocou o estado em primeiro lugar no ranking de queimadas no Brasil.
Em 2020, o Pantanal foi tema de repercussão nacional após registrar uma das piores queimadas, onde 2 milhões de hectares na planície alagada foi destruída, sendo a maior atingida desde 1999. Já em 2023, conforme divulgado foram dois meses de fogo sem cessar, parando somente em novembro quando a chuva começou.
A situação alarmante chamou atenção da ministra do meio Ambiente, Marina Silva, que durante uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente (CMA) nesta semana afirmou que o Pantanal pode desaparecer até o final do século se continuar neste ritmo de queimadas.
"Mudanças climáticas, associadas ao fenômeno de baixa precipitação, altas temperaturas e elevado processo de evapotranspiração, em muito corroborados pelo aquecimento global, por queimadas e desmatamentos que ocorrem no país e no mundo, poderão gerar perdas como o desaparecimento do bioma Pantanal", pontuou.
Além do Pantanal, o Parque Estadual Cristalino II, entre Alta Floresta e Novo Mundo, tem sofrido com os incêndios que avançam em diversos pontos da área de conservação, houve uma alta de 40% no registro de queimadas em 2024, em comparação ao mesmo período de 2022.
O último balanço divulgado pelo Corpo de Bombeiros contabilizou 933 focos de calor segundo o Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Desses, 696 se concentram na Amazônia, 220 no Cerrado e 17 no Pantanal. Os dados são do Satélite de Referência (Aqua Tarde).
O foco de calor isolado não representa um incêndio florestal. Entretanto, um incêndio florestal conta com o acúmulo de focos de calor.
Combate
56 bombeiros militares se distribuem na Terra Indígena Baía dos Guató e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, em Barão de Melgaço; divisa de Cáceres com a Bolívia e na região da Fazenda Cambarazinho, em Poconé. Nesses locais, os militares contam com um avião, 16 viaturas, 11 máquinas, quatro barcos e um caminhão-pipa.
Cuidados
A estiagem severa e a baixa umidade do ar têm contribuído para a propagação das chamas, e o Corpo de Bombeiros pede que a população colabore e respeite o período proibitivo. A qualquer indício de incêndio, os bombeiros orientam que a denúncia seja feita pelos números 193 ou 190.
Fonte: Gazeta Digital
Crédito da Foto: Chico Ferreira