A rede social X, antigo Twitter, anunciou o fechamento do escritório da empresa no Brasil após descumprimento de uma suposta decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A empresa afirma que o motivo da decisão partiu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ameaçar “nosso representante legal no Brasil com prisão se não cumprirmos suas ordens de censura”.
“Noite passada [sexta-feira, 16 de agosto], Alexandre de Moraes ameaçou nosso representante legal no Brasil com prisão se não cumprirmos suas ordens de censura. Ele fez isso em uma ordem secreta, que compartilhamos aqui para expor suas ações”, afirma a empresa.
Apesar do fechamento, o serviço da rede social ainda continua disponível para a população do Brasil.
O anúncio foi feito neste sábado (17) em publicação onde a gigante da tecnologia mundial divulgou a decisão sigilosa do ministro.
O anúncio foi feito neste sábado (17) em publicação onde a gigante da tecnologia mundial divulgou a decisão sigilosa do ministro.
A veracidade do despacho não foi confirmada pelo STF. Procurada, a assessoria de imprensa do Supremo informou que a Corte não vai se manifestar sobre o tema.
De acordo com o documento publicado pela rede social, a X (antigo Twitter) se negou a bloquear perfis e contas no contexto de um inquérito da Polícia Federal (PF) que apura obstrução de investigações de organização criminosa e incitação ao crime.
O suposto despacho mostra que, ao não cumprir a decisão, Moraes determinou a intimação pessoal do representante da X no Brasil. Porém, o oficial de Justiça não conseguiu localizar os responsáveis pela rede social.
Em nota, o X diz que, apesar de:
“inúmeros recursos ao Supremo Tribunal não terem sido ouvidos, de o público brasileiro não ter sido informado sobre essas ordens e de nossa equipe brasileira não ter responsabilidade ou controle sobre o bloqueio de conteúdo em nossa plataforma, Moraes optou por ameaçar nossa equipe no Brasil em vez de respeitar a lei ou o devido processo legal”.
No suposto despacho divulgado, Moraes teria afirmado que a representante da empresa X Brasil agiu de má-fé, tentando evitar a intimação da decisão proferida nos autos.
Como os representantes da empresa não foram localizados, Moraes teria determinado a prisão da representante legal da X por desobediência à determinação judicial e multa diária de R$ 20 mil contra a funcionária, ainda segundo o documento divulgado pela X.
O setor para assuntos globais da companhia informou que:
“para proteger a segurança de nossa equipe, tomamos a decisão de encerrar nossas operações no Brasil, com efeito imediato.
O serviço X continua disponível para a população do Brasil”. A rede social acrescentou que os seus recursos não prosperam no STF e que Moraes “ameaça nossa equipe”.
“Estamos profundamente tristes por termos sido forçados a tomar essa decisão. A responsabilidade é exclusivamente de Alexandre de Moraes”, afirmou a companhia.
O dono da rede social, Elon Musk, comentou a decisão.
“A decisão de fechar o escritório X no Brasil foi difícil, mas, se tivéssemos concordado com as exigências de censura secreta (ilegal) e entrega de informações privadas do Alexandre de Moraes, não haveria como explicar nossas ações sem ficarmos envergonhados”, disse o mega empresário.
“Militante global”
Segundo matéria da Agência Brasil – agência de notícias brasileira pertencente à Empresa Brasil de Comunicação do Governo brasileiro -, não é a primeira vez que o multibilionário Elon Musk desafia o Judiciário brasileiro. Em abril deste ano, Musk acusou Moras de “censura” contra conteúdos da plataforma. Analistas avaliam que essa pode ser uma estratégia da extrema-direita mundial para dificultar as investigações contra a suposta tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 no Brasil.
Conforme matéria da agência governamental, o dono da plataforma X e de diversas outras empresas, desde satélites a carros elétricos, tem se notabilizado pela militância política em diferentes países do mundo, desde Bolívia, Venezuela, Brasil e o próprio Estados Unidos, onde faz campanha abertamente para Donald Trump.
A notícia da empresa vinculada à EBC, ainda segue informando que Musk também teria se envolvido na crise de violência do Reino Unido, onde grupos de extrema-direita atacaram imigrantes pelas ruas. Sobre o tema, Musk comentou que uma “guerra civil é inevitável” no país europeu. A rede X também tem sido acusada de impulsionar conteúdos anti-imigrantes na rede social.
Fonte: A Tribuna MT
Crédito da Foto: Alamy via BBC
Fonte: A Tribuna MT
Crédito da Foto: Alamy via BBC