Em entrevista na manhã desta terça-feira (23) o presidente da Associação dos Camelôs do Shopping Popular, Misael Galvão, afirmou que o centro comercial não tinha dinheiro em caixa para lidar com emergências. Ele pontuou que decisões como esta não partiram dele, foram tomadas em assembleia com aprovação dos associados.
Misael foi entrevistado no Programa Tribuna, da rádio Vila Real FM (98.3), na manhã de hoje (23) e deu alguns esclarecimentos sobre a situação financeira do Shopping Popular. Sobre a destinação do dinheiro que é arrecadado, por exemplo, com a cobrança de condomínio, o presidente da associação disse que o local tem muitos gastos.
Ele citou as obras da usina de energia solar que o Shopping teve que construir na região do Coxipó do Ouro, para a Prefeitura de Cuiabá, como parte da permuta com o Município para que pudessem ampliar a área de comércio e receber uma escritura. Segundo Misael a usina custou mais de R$ 25 milhões.
Além disso, ele pontuou que o Complexo Dom Aquino é mantido pelo Shopping Popular, conforme contrato de concessão que permitiu que os camelôs utilizassem a área. Ele destacou que estão sendo feitas reformas no Complexo e que a manutenção dele custa cerca de R$ 70 mil por mês.
Lembrou ainda dos custos com a folha de pagamento de funcionários, que são mais de R$ 250 mil por mês, os custos com energia elétrica, que chega a R$ 250 mil mensais, além da conta de água e custos de manutenção do local, que segundo o presidente tem mais de 10 mil m². A taxa de condomínio seria cobrada no dia 15 de julho, quando houve o incêndio e por causa da tragédia acabou não sendo paga pelos comerciantes.
Misael também afirmou que a Associação não tem fins lucrativos, que existe apenas para manter os serviços dos camelôs. Disse ainda que não existia dinheiro em caixa para emergências e que esta foi uma escolha feita em assembleia pelos associados.
“Uma tragédia como essa pega todo mundo de calça curta [...]. A associação nunca fez, nunca trabalhamos com caixa reserva, nós trabalhamos com consumo, tínhamos um projeto agora com a nova construção, nós iriamos lançar um plano na segunda-feira [...]. Mas fica o aprendizado não só pra mim, tem que ser um aprendizado para os associados, porque quem aprova taxa são os associados, não é o presidente”.
Falta de seguro
O presidente da Associação dos Camelôs do Shopping Popular falou sobre a questão da falta de seguro no local. Em manifestações anteriores ele já havia afirmado que o prédio não era assegurado, pois não havia nenhuma empresa que garantisse cobertura para todos os lojistas dali. Na entrevista de hoje (23) ele pontuou os motivos da recusa das seguradoras.
“Não é o Misael que não quis fazer. Foi até importante porque temos um parceiro, que é o Sicoob, que perdeu uma agência ali dentro, que me lembrou: ‘não é você que não quis o seguro, o Sicoob tentou várias seguradoras para vocês, nenhuma seguradora quis fazer’. É por serem 600 empresas dentro do shopping e por ser em uma área publica. Por isso estávamos brigando agora por esta escritura, em fazer a obra para ter a escritura. Nós cumprimos obrigações ali, mas a área ainda é pública”, esclareceu.
Fonte: Gazeta Digital
Crédito da Foto: Luiz Leite