Com o avanço da tecnologia, a modernidade tem proporcionado cada vez mais o acesso precoce de crianças e adolescentes às telas, seja por dispositivos portáteis ou até mesmo televisões. Acontece que, a exposição precoce e/ou contínua causa danos nocivos no desenvolvimento, especialmente para as crianças, já que elas são mais vulneráveis em meio ao desenvolvimento do sistema nervoso corporal.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Governo Federal, o Brasil é um dos países em que se passa o maior tempo utilizando smartphones, telas e dispositivos eletrônicos. São em média 9h diárias de uso em objetos conectados com a Internet. No caso de crianças e adolescentes, não é diferente, porém essa exposição precoce e por longos períodos é altamente prejudicial.
Uma pesquisa global recente, com 27 mil pessoas, concluiu que o bem-estar mental era maior quando crianças e adolescentes tiveram acesso ao tablet ou smartphone mais tarde em suas vidas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica, inclusive, que menores de 2 anos não tenham acesso nenhum a telas ou aparelhos audiovisuais.
Conversamos com a psicóloga Maria Luísa Balesteiro, que explicou como essa situação pode afetar diretamente no desenvolvimento psicossocial e mental desses usuários. "Uma criança que foi submetida a uma carga horária excessiva de telas, comprovadamente possui dificuldades na externalização de sentimentos e relações sociais, sofrem impacto da luz azul emitida por esses dispositivos, podem desenvolver doenças do sono, obesidade, alterações súbitas de humor e dos sentidos, assim como à exposição a contatos desconhecidos abrindo portas a comportamentos autoinfligíveis, pornografia e agressão", explicou.
Esses acessos precoces, muitas vezes, ocorrem em decorrência de uma possível rotina exaustiva da maioria dos pais ou responsáveis, que justifica o fato de muitos disponibilizarem celulares, smartphones ou notebooks, na intenção de conter a ansiedade e a euforia de seus filhos lhes garantindo uma distração passiva. A situação, além de prejudicial, pode afetar o vínculo de relação familiar.
Jhennifer Bernini Fiorenza cresceu com acesso livre a telas, mas quando engravidou do primeiro filho decidiu estudar sobre os malefícios e benefícios até que decidiu não deixar eles terem o acesso. Mãe de Franchesco de 4 anos e da Fiorella de 2 ela já vê os benéficos de sua escolha no desenvolvimento dos filhos.
"Precisamos criar nossos filhos na realidade, sem vícios, fora desse mundo imaginário que é a tela, eles vivem uma vida normal, brincam entre si, pintam, jogam bola, correm ao ar livre, contam histórias e quando quero fazer algo, muitas das vezes coloco só a história no Spotify para ouvirem e trabalharem com o imaginário é incrível como eles memorizam, decoram caminho e mesmo hoje liberando um filme no fim de semana, eles não sentem falta", pontuou orgulhosa.
Para a psicóloga Maria Luísa, o essencial é manter atenção diante dessa realidade, mantendo controle rígido para que caso o uso seja necessário não provoque danos a saúde e até mesmo nas relações familiares.
"Diante disso, compreende-se que, embora a tecnologia da era digital proporcione facilidade na busca de informações e na absorção de conhecimento, é necessário um controle rígido dessa tecnologia, para não provocar danos nocivos à saúde e para não substituírem a brincadeira ativa que seria produzida pelas crianças, extinguindo as oportunidades de valorizarem as atividades tradicionais e diminuindo a atividade física além da interação com os pais", finalizou.
Fonte: Gazeta Digital
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