Coprocessamento transforma resíduos não usados na reciclagem em energia limpa

Essa hierarquia determina como prioridade a não geração de resíduos, seguido pela redução, reutilização, reciclagem, tratamento e, como última alternativa, a destinação em aterros sanitários

Em alta diante das secas extremas, ondas de calor e enchentes como a que desabrigou milhares no Rio Grande do Sul, o  impacto humano nas mudanças climáticas é amplamente discutido e ainda um desafio a ser superado. Celebrado em 17 de maio, o Dia Internacional da Reciclagem surgiu de uma resolução da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para promover uma reflexão sobre o impacto dos resíduos no meio ambiente e promover a conscientização sobre a importância da reciclagem.

A destinação de resíduos é um dos caminhos para evitar que materiais sejam depositados de forma incorreta no planeta. Por isso, em 2010, o Governo Federal instituiu a Lei nº 12.305/10, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece objetivos na gestão dos resíduos sólidos no país, como a redução na geração de rejeitos, impulsionamento da reciclagem e da reutilização de materiais, além da inclusão social dos catadores. Para isso, a lei estabelece hierarquia na gestão desses materiais e exige plano de gerenciamento dos municípios.

Essa hierarquia determina como prioridade a não geração de resíduos, seguido pela redução, reutilização, reciclagem, tratamento e, como última alternativa, a destinação em aterros sanitários. Dentre as opções de tratamento estão o coprocessamento, a compostagem e a incineração. O coprocessamento de resíduos é realizado nas cidades de Cuiabá e Nobres (MT) por meio da Verdera, unidade de gestão e destinação sustentável de resíduos da Votorantim Cimentos.
 

Votorantim Cimentos/Divulgação

Coprocessamento

 

O coprocessamento é uma tecnologia já utilizada para destinação ambientalmente correta de resíduos no Brasil e no mundo, que colabora para que os descartes não utilizados na reciclagem deixem de ser enviados para aterros, causando danos ao meio ambiente. Por meio dessa tecnologia limpa, os resíduos são completamente destruídos nos fornos da indústria cimenteira, sem restar qualquer passivo ambiental devido às altas temperaturas inerentes ao processo de fabricação do cimento.

“Todas as tecnologias e soluções de destinação são muito importantes para o cumprimento da hierarquia na gestão de resíduos. Elas atuam de forma complementar, buscando a colaboração de todos os agentes da cadeia produtiva para tornar esse processo muito mais sustentável e gerar um impacto positivo e permanente para o meio ambiente e para a sociedade. Estamos constantemente buscando novas formas para destinar diferentes tipos de materiais para garantir destinações mais sustentáveis para o planeta”, afirma o gerente geral da Verdera, Eduardo Porciuncula.  

Ao serem transformados em energia, os resíduos deixam de ir para os aterros sanitários, onde entrariam em processo de decomposição que levaria anos e geraria gases nocivos ao planeta. Materiais como isopor, embalagens laminadas, materiais contaminados, alguns tipos de plásticos, entre outros, não podem passar pelo processo comum de reciclagem, mas servem como combustível alternativo para a produção industrial, incentivando a economia circular.



Fonte: Gazeta Digital