Em carta aberta publicada na sexta-feira (17), o professor Gilmar Soares, educador na rede estadual de ensino e secretário adjunto de Políticas Educacionais do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep), lamentou a manifestação do governador Mauro Mendes e de seu vice Otaviano Pivetta sobre as reivindicações da classe. A categoria cobra reajuste salarial e ameaça greve em caso de não acordo.
“É repudiante e repugnante ver e ouvir o governador e o seu vice. Confesso que me dá nojo. É lamentável o deboche do governador em afirmar que o Sintep não quer dialogar, justamente quando o próprio governador acolhe agentes de outros estados para governar o orçamento da Educação a preço de convênios e contratos que mais fazem bem aos empresários e ao próprio governador e seu vice do que à população”, diz o documento.
Profissionais do sindicato realizaram um ato na manhã de quinta-feira (16) para expor as queixas da classe. A categoria pede melhorias aos servidores do Estado e Revisão Geral Anual (RGA) de 4,92%, além de 9,16% de ganho real para os profissionais. O sindicato afirma que o Estado não atende os representantes, nem encaminha resposta.
Em nota, o governador disse que tem priorizado a oferta de educação de qualidade para alunos e criando condições de trabalho para os profissionais. Fato negado pelo professor, que disse que o vice-governador colocou um secretário de Estado de Educação “sem nenhuma capacidade de um debate mais conceitual sobre qual educação que o povo de Mato Grosso realmente necessita”.
Os profissionais pontuam que desde 2018 o salário está congelado e não há nenhuma política de valorização acima da inflação.
"Não fosse assim, não teria havido o fechamento de escolas em MT nos últimos 6 anos e feito a municipalização de matrículas, bem como a sonegação da educação especial, como no caso do fechamento da EEDIEB Licínio Monteiro em Várzea Grande", contesta a carta.
Uma assembleia-geral com caravanas de outras cidades está marcada para a próxima segunda (20), às 8h, em frente à Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Na ocasião, os profissionais decidirão sobre a proposta grevista por tempo indeterminada.
Fonte: Gazeta Digital