Ex-candidata a Miss Equador é morta após menção em investigação de narcotráfico

A polícia informou em uma mensagem enviada a jornalistas que a morte violenta de Landy Párraga, de 23 anos ocorreu na tarde de domingo na cidade de Quevedo, a 139 quilômetros ao sudoeste da capital Quito

Uma ex-rainha de beleza e ex-candidata do concurso Miss Equador, mencionada em um caso que a Promotoria investiga sobre uma rede de corrupção judicial, policial e penitenciária e o narcotráfico em instituições do Estado, foi assassinada no domingo (28) de acordo com autoridades.

 

A polícia informou em uma mensagem enviada a jornalistas que a morte violenta de Landy Párraga, de 23 anos ocorreu na tarde de domingo na cidade de Quevedo, a 139 quilômetros ao sudoeste da capital Quito. A Promotoria disse na rede social X que o homicídio ocorreu em um estabelecimento comercial, em um ataque armado. Unidades dessas instituições investigam para determinar as causas e os responsáveis.

 

O assassinato de Landy foi registrado em um vídeo repercutido pela imprensa local, no qual se pode observar o momento em que a jovem - que estava de em um restaurante - é atacada a tiros por dois sujeitos armados, que posteriormente fogem do local. Ela ficou caída no chão.

 

Landy Párraga, modelo, vice-rainha de beleza de Quevedo e participante do concurso Miss Equador 2022, é mencionada em uma das conversas retiradas do celular do narcotraficante equatoriano Leandro Norero, assassinado há dois anos em uma prisão no centro do país.

 

Em 13 de julho de 2022, Norero estava conversando com Helive Angulo, apelidado de “Estimado”, um de seus homens de confiança. Norero estava sendo investigado por lavagem de dinheiro, e Angulo tinha infiltrados na equipe policial responsável pelo caso. Ele disse a Norero que os policiais tinham perguntado sobre Landy Párraga, e o Norero pedia que “de maneira alguma deve aparecer” o nome da mulher.

 

Segundo “Estimado”, Landy tinha uma importadora, e os policiais precisavam revistá-la por uma solicitação da Promotoria. Norero respondeu que essa importadora não pertencia a Landy Párraga. Pelas conversas, fica claro que “El Patrón”, como chamavam Norero, insistia em evitar qualquer ligação com ela e que o nome da ex-candidata chegasse aos ouvidos de sua esposa.

 

O Ministério Público divulgou as mensagens como parte do caso “Metástasis”, no qual investiga uma rede criminosa inserida em instituições públicas. Nesse caso, mais de 50 pessoas foram processadas por um plano de entrega de dinheiro a funcionários judiciais em troca de decisões favoráveis para Norero e seus parentes. Também envolve altos funcionários do judiciário e da polícia, guardas do sistema penitenciário e advogados, entre outros.

 

As autoridades indicaram que a operação no Equador de estruturas do crime organizado ligadas a cartéis transnacionais de narcotráfico elevou os níveis de violência e de diversos crimes, incluindo sequestros, extorsões e roubos, entre outros.

 

O país concluiu o último ano com 7,6 mil mortes violentas, o que representa mais de 40 assassinatos por cada 100 mil habitantes, uma das taxas mais altas da região, de acordo com números policiais.