Um ataque aéreo de Israel na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, deixou pelo menos 18 mortos na madrugada desse domingo, 21, informou o Ministério da Saúde de Gaza. A cidade abriga mais de um milhão de palestinos deslocados, e o bombardeio aumentou o temor de uma invasão terrestre, anunciada por Israel há semanas.
Apesar do número de civis e dos apelos internacionais para que não haja operações por terra em Rafah, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, mantém o plano sob o argumento de que o local é o último reduto do Hamas. Os palestinos receiam que os bombardeios sejam uma preparação para a invasão. Os militares israelenses não comentaram o episódio.
Cisjordânia
As tensões também aumentaram na Cisjordânia. Ontem, os palestinos realizaram uma greve geral para protestar contra um ataque militar israelense a um campo de refugiados no sábado, no qual pelo menos 10 pessoas morreram. De acordo com a agência de notícias palestina, Wafa, a greve paralisou lojas, escolas, universidades, bancos e o transporte público para denunciar o aumento da violência israelense no território após o dia 7 de outubro.
Desde essa data, as autoridades de Israel endureceram as restrições e cancelaram milhares de autorizações de trabalho para os palestinos em Israel. Quase 500 civis palestinos que viviam na Cisjordânia também morreram no período. Na madrugada de ontem, dois homens palestinos, de 18 e 19 anos, foram mortos a tiros pelas forças israelenses, segundo o Ministério da Saúde da Palestina.
Os militares disseram que um deles abriu fogo contra soldados em um posto militar ao norte de Hebron e o outro tentou esfaqueá-los. Nenhuma força israelense ficou ferida, segundo o exército. No mesmo dia, um israelense ficou levemente ferido em uma explosão na Cisjordânia, de acordo com os serviços de emergência israelenses. Imagens de vídeo compartilhadas por agências de notícias israelenses mostram ele chutando uma bandeira palestina em um poste em um campo perto de um assentamento ilegal.
Ajuda e sanção
Os episódios violentos em Rafah e na Cisjordânia ocorreram horas depois de a Câmara dos Estados Unidos aprovar um pacote de ajuda econômica para Israel, Ucrânia e Taiwan.
A aprovação foi vista pelas autoridades israelenses como uma confirmação da aliança entre ambos os países. Ontem, no entanto, houve relatos de que o Departamento de Estado dos EUA planeja impor sanções a pelo menos uma unidade do exército israelense por violações de direitos humanos na Cisjordânia. As autoridades israelenses chamaram o plano de ‘absurdo‘.