Após ser alvo de uma ‘saraivada’ de críticas nas redes sociais, o deputado federal, Abilio Brunini (PL) defendeu a imunidade parlamentar, falou sobre a presunção de inocência e disse que deputado Chiquinho Brazão (sem partido -RJ) ‘é só um suspeito’. Brazão é apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos mandantes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.
Abilio disse que é muito suspeito que um parlamentar seja preso por conta de decisão de juízes e magistrados de forma preventiva e citou o caso do deputado federal Daniel Silveira. ‘Está acontecendo exatamente o que foi feito com o Silveira, e isso pode ser um precedente muito perigoso. Prender um deputado em fase preventiva, sem apresentação de provas, ainda em fase de inquérito, sem nenhuma decisão condenatória de juiz, é apenas suspeito. Somente após uma condenação isso passa a ser viável. Então, essa decisão é preventiva, ela pode trazer um problema muito em breve’, reiterou.
Apesar disso, Brunini também emendou que caso seja comprovado a culpa do parlamentar que ele ‘apodreça na cadeia’. ‘Existe uma suspeita, existe uma acusação grave, essa suspeita se comprovando, eu quero que essa pessoa, seja ela o Chiquinho Brazão ou não, que apodreça da cadeia pelo crime que ele cometeu, se o cometeu. Mas, não podemos anteceder o processo administrativo, o processo jurídico. Então, acredito que deve ser comprovado antes, apresentando as provas comprovando, que fique preso. Agora, prender preventivamente um deputado, ferindo o artigo 52 e 53 da Constituição, isso é um precedente muito perigoso para o poder legislativo’, destacou.
A polêmica foi tanta que até o presidente do PL em Mato Grosso, Ananias Filho, acredita que a decisão pode ‘atrapalhar’ os planos de Abilio se eleger para prefeitura da Capital e ressaltou que ele, por ser pré-candidato a prefeito de Cuiabá, deverá ser exposto ao julgamento nas urnas durante as eleições 2024. ‘Nós [PL] votamos e vai ter que ser submetido ao julgamento da população. Foi uma discussão técnica e o pessoal de Mato Grosso votou pelo ‘não’. Isso é claramente uma discussão ideológica. Nossos parlamentares seguem a linha ideológica do Bolsonaro e não vão deixar de acolher os pensamentos deles. Discuti com os parlamentares antes da votação e eles discutiram que iam acompanhar a favor da bancada’, disse Ananias em entrevista a Rádio Cultura.
Fonte: Gazeta Digital