A população mato-grossense já se acostumou com a presença de capivaras pelas ruas e parques da cidade. Elas já foram vistas tomando banho no lago da Assembleia Legislativa, atravessando ruas na faixa de pedestre e até mesmo invadindo casas e indo parar em cima da cama. Essa semana, uma delas "atropelou' um motociclista no interior.
Devido a essa proximidade e facilidade de se acostumar com os humanos, esses animais caíram no gosto de muita gente. Camisetas, ursos de pelúcia, pasteis e até coxinhas carregam estampa e formato do bicho.
Por mais que elas até pareçam animais inofensivas, são necessários alguns cuidados para a aproximação. Conversamos com a médica veterinária Adriana Borsa, diretora adjunta da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que alertou sobre os cuidados com os roedores.
“A alta taxa de animais como a capivara favorece o aumento também da população de parasitas, como o carrapato. Esse carrapato pode estar contaminado com um micro-organismo que transmite febre maculosa. Ainda não tivemos registro de nenhum caso na nossa região, mas no sudeste já houve mortes devido à doença. O indicado é que quando a população for ao parque, não sentar na grama. Sempre quando chegar em casa, verificar se não trouxe nenhum carrapato consigo ou em seu animal de estimação”, explica.
“As capivaras já possuem essa vida aquática, em que se pode observar nas patinhas delas, com uma membrana interdigital, fato que favorece a prática da natação. A reprodução das capivaras é feita na água. Como elas já estavam ali antes da construção dos parques, e esses locais foram invadidos, elas acabam permanecendo nesses locais”, conta.
Um fator que pode afetar a presença das capivaras é a poluição dos rios e córregos da cidade. “Elas possuem uma certa resistência a graus de poluição e como aqui isso ainda não é um fator muito grande, favorece a expansão das capivaras. Nessas épocas chuvosas, elas têm uma oferta maior de alimento, já que consomem somente vegetais".
Apesar de ser comum vê-las por aí, não se deve esquecer que as capivaras são animais silvestres.
“Nós observamos que elas continuam a sua vida normal, a sua reprodução é mantida, a sobrevivência de filhotes também tem sido grande. Embora de natureza pacífica, é recomendado não se aproximar muito desses animais, nem incentivar que isso seja feito, porque ela é um animal silvestre e pode, sim, atacar”, explica.
A médica ainda dá algumas recomendações à população que gosta de passear nos parques e reforça que o cuidado deve ser redobrado com crianças e animais de estimação.
“Para os animais de estimação, é importante que eles estejam sempre com a coleira e com a guia, e sob supervisão do seu tutor para evitar ataques. É necessário ter cuidado também com as crianças, que devem estar sob supervisão dos adultos e não devem tocar nos animais, correr atrás das capivaras, isso daí não deve ser feito”, alerta.
Fonte: Gazeta Digital