Policial dá dicas para uma 'road trip' segura e tranquila

As principais orientações para fazer antes de pegar a estrada é sempre fazer revisão do veículo, encher os 5 pneus disponíveis, verificar se os documentos do carro e do condutor estão em dia

Viajar de carro ainda é o "bicho-papão" de muita gente e muitos são os fatores que levam os motoristas a temerem trafegar pelas rodovias, principalmente em Mato Grosso, onde o índice de acidentes é alto. Fato esse que acaba afastando os próprios moradores de visitarem as diversas atrações turísticas que o estado possui.

Segundo relatório da Confederação Nacional do Transporte (CNT), entre novembro de 2022 a outubro de 2023, a BR-163 foi a rodovia que registrou mais acidentes em todo o Centro-Oeste. Foram 1.646 registrados e 168 mortes. Somente em Mato Grosso, foram 808 acidentes em que 107 pessoas perderam a vida. 

Para encorajar os motoristas que querem se aventurar numa "road trip", conversamos com a policial rodoviária, Iara Alves, 60, que entre as BR-070, BR-163, BR-364 e BR-158 já percorreu mais de 20 mil km em viagem sozinha e dá dicas de segurança para prevenir acidentes e viajar mais tranquilo.

As principais orientações para fazer antes de pegar a estrada é sempre fazer revisão do veículo, encher os 5 pneus disponíveis, verificar se os documentos do carro e do condutor estão em dia.

Para os condutores inexperientes, é ideal que a cada duas horas encontre um posto de combustível para parar, esticar as pernas e fazer um alongamento a fim de manter a boa circulação sanguínea. “Caso tenha crianças, tire elas do veículo, vá ao banheiro, tente desestressar porque, se a criança fica muito tempo parada, ela fica muito estressada e vai querer sair do cinto de segurança”, explica.

A maioria das BR's de Mato Grosso possuem um limite de velocidade que varia de 80 km/h a 110km/h. Outras permitem que o condutor dirija até 60km/h, como a MT-251 que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães. Com os limites estabelecidos, Iara enfatiza que é importante não criar disputas no trânsito.

“Se perceber que o carro de trás está correndo, dê seta e deixa ele passar, principalmente se for um veículo grande. Diminua a velocidade e deixe que ele te ultrapasse, assim você não cria uma disputa e não coloca sua vida em risco”, explica.

Devido à alta de acidentes nas estradas, muitas rodovias atuam e "Pare e Siga", o que pode gerar filas extensas. Nessas situações, é recomendável que o condutor pare o veículo com o volante direcionado para o lado direito. “Porque, se algum motorista distraído não perceber que tem fila e bater no seu carro, ele não vai te empurrar para o veículo da frente, evitando que um acidente maior seja causado”, orienta.

Ela ainda lembra que é muito importante ter água e comida no carro, princialmente se o motorista for surpreendido com algum acidente no trajeto e fique parado por muitas horas. “Se, por acaso, o condutor ficar parado por umas duas horas, é importante ter água para se hidratar e alguma coisa para comer”, sugere.

A BR-364 é duplicada na parte sul do estado, porém, o fato de possuir duas pistas não significa que ela siga as normas de trânsito da zona urbana. A policial explica que a pista da esquerda, utilizada como via de alta velocidade nas cidades, possui outra função na estrada e é preciso ficar atento.

“Nas BR's, a pista da esquerda é a via de trânsito rápido, de emergência, de ultrapassagem. Não é a faixa do caminhão e a faixa do carro de passeio. A faixa da direita é a faixa de transitar e a da esquerda é só para fazer ultrapassar. É pista que os veículos de emergência ou viaturas utilizam para trafegar melhor, por isso, é importante manter ela limpa”, explica.

Outra questão que Iara pontua sobre a diferença entre rodovias e trânsito urbano são aos acessos, principalmente em estradas vicinais. “No trânsito normal, o condutor dá a seta e espera o fluxo de carros diminuir para conseguir entrar. Na estrada é necessário pegar o acostamento, esperar o fluxo de carro reduzir nos dois sentidos e só depois entrar. Lembrando que se não for utilizado para essa situação, o acostamento é para emergências e não estacionamento”, enfatiza.


Fonte: Gazeta Digital