Abrir o próprio negócio, planejar, executar, vender e ver o sonho se tornando realidade. O caminho é desafiador, mas estimulante para quem é empreendedor. E, no meio do caminho, algumas dificuldades podem surgir, como a necessidade de contrair algum empréstimo ou outro crédito bancário para “não deixar a peteca cair”. É neste momento que o empreendedor pode ter dúvidas sobre a aplicação de juros, simples ou compostos, correção monetária e outras coisas relacionadas a esse assunto.
Esse é um dos módulos abordados pelo curso de Educação Financeira da ONG Salvar o Amanhã, que tem por objetivo democratizar o acesso a essas informações e é oferecido gratuitamente. Para desmistificar o “bicho-papão” da Matemática Financeira, o projeto conta com Cleverson dos Santos, especialista em planejamento financeiro e governança corporativa e com experiência em instituições financeiras, multinacionais e grupos do agronegócio.
“Nem sempre o empreendedor consegue ter o fluxo de caixa para operar naquele mês. Seria o ideal, mas essas situações acontecem e aí é necessário recorrer aos bancos. Compreender a aplicação de juros feita pelos bancos que se procura, é fundamental para que a pessoa saiba qual a melhor delas. Este caminho deve ser para o empreendedor uma alternativa e não uma armadilha, como por vezes vemos acontecer”, explica o especialista.
Conforme Cleverson explica no módulo, ao conceder um empréstimo, o banco aplica os juros compostos, o famoso “juro sobre juros”. Isso porque, a cada mês, o índice é aplicado sobre o valor total da última parcela, que também já recebeu atualização de juros. Essa modalidade é escolhida para aumentar a margem de lucro dos bancos, portanto, quanto maior o prazo, maior será o valor total a se pagar.
Esta não é a única atualização sobre o valor. Ainda há a correção monetária com base na inflação, que, na prática, é o custo do dinheiro no tempo. Essas correções são constantes e, embora a taxa possa sempre parecer pequena, tem impacto significativo sobre altos valores.
“A inflação é um conjunto de fatores. Imagine que você está comercializando um produto e de repente vê que aumentaram os custos para produzi-lo, o material ficou mais caro, a gasolina subiu, a embalagem aumentou o preço... Tudo isso contribui para a inflação e vai forçar você a reajustar também os seus preços, porque o seu negócio não pode ficar no prejuízo”, explica.
Compreender minimamente tais assuntos é fundamental para garantir a saúde do empreendimento. Seja na hora de contrair um empréstimo ou para reajustar os preços de sua mercadoria ou serviços.
Para João Slapak, idealizador da ONG Salvar o Amanhã, esses conceitos tornam ainda mais interessante o empreendedorismo.
“Parece desafiador e nossos tutores deixam claro que é mesmo, mas não é impossível. O que dificulta a vida do empreendedor é a falta de conhecimento dessas noções básicas. O que o nosso projeto faz é fornecer informações para que o empreendedor possa ser assertivo em suas decisões e não ‘meter os pés pelas mãos’”, explica Slapak.
O projeto
A ONG “Salvar o Amanhã” foi criada com o objetivo de democratizar o acesso às informações referentes à Educação Financeira, pouco abordada nas salas de aula do país. O curso é feito por meio de curso de Ensino à Distância (EaD), por meio da internet, proporcionando aos alunos que estudem conforme sua disponibilidade.
O projeto tem como público-alvo jovens de 15 a 25 anos, de escolas públicas, mas é aberto a todas as pessoas que queiram participar.
Além do conteúdo em vídeo, os alunos ainda têm acesso a materiais relacionados às aulas disponíveis para download, para poder se aprofundar conforme sua disponibilidade. O portal também conta com quizzes para testar o conhecimento do cursista.
Alunos que se destacarem no curso receberão financiamento para iniciar o próprio negócio, colocar em prática o conhecimento adquirido e desenvolver suas ideias empreendedoras.
“O financiamento oferecido aos alunos empreendedores não tem a intenção de gerar um ônus financeiro. O projeto “Salvar o Amanhã” acredita na capacidade dos jovens e busca fomentar oportunidades, com a expectativa de que, no futuro, esses empreendedores possam devolver o valor financiado. Essa devolução permitirá reinvestir os recursos em outros alunos, estabelecendo um ciclo contínuo de aprendizado e desenvolvimento”, explica João Victor.
Mais informações sobre o curso podem ser obtidas no perfil @salvaroamanha
Fonte: Gazeta Digital