As queimadas de 2023 bateram recorde das registradas em 2020 em relação a hectares destruídos pelo fogo no Pantanal mato-grossense. Este ano, foram quase dois meses de incêndio sem cessar no Parque Estadual Encontro das Águas, local considerado refúgio de onças-pintadas. As labaredas de fogo começaram em 4 de outubro e só foram extintas no final de novembro, destruindo cerca de 1 milhão de hectares no bioma.
A destruição causou danos a fauna e flora nas imediações da Transpantaneira. Imagens de Organizações Não Governamentais (Ongs), que aturam na linha de frente de combate ao fogo, mostram os animais em meio a vegetação destruída. Alguns deles foram socorridos pelo Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad Brasil) e, após cuidados, soltos na natureza novamente.
Porém, muitos não conseguiram se livrar do fogo e morreram queimados, intoxicados ou de fome. Sob as pontes da Transpantaneira, que deveriam estar cheia de águia nessa época do ano, foram encontradas inúmeras carcaças de jacarés e outros bichos ilhados na lama, lutando para sobreviver.
O fogo deu trégua de 7 dias, em novembro, mas voltou a queimar a vegetação e matar os animais logo em seguida. Na época, o Corpo de Bombeiros informava que a situação estava sob controle, mas fotos e vídeos de animais mortos mostravam a real situação da região, preocupante para instituições ambientais e até mesmo donos de pousadas.
As pousadas Jaguar Camp e Panthera, que estão em Porto Jofre e trabalham com observação de animais na região, foram ameaçadas pelo incêndio.
A queimada só foi controlado definitivamente quando passou a chover na região, na segunda quinzena de novembro.
Fonte: Gazeta Digital