Desvio do Portão do Inferno vira pesadelo para motoristas

Para se ter uma ideia, em apenas três dias de proibição do trânsito de veículos pesados na Estrada de Chapada, 217 caminhões foram impedidos de passar pela região do Portão do Inferno, tendo que desviar

Trecho de 33 quilômetros da não pavimentada rodovia MT-246 se tornou o pesadelo dos condutores de veículos de carga que, desde a última quarta-feira (13), estão proibidos de trafegar pela rodovia MT-251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães (67 km ao norte), em razão de risco de deslizamentos na área do Portão do Inferno.

Equipe do Jornal A Gazeta percorreu a rota alternativa na sexta-feira e constatou as dificuldades para realizar o trajeto e a falta de infraestrutura para receber o grande fluxo de veículos pesados que foi desviado para o trecho. Para se ter uma ideia, em apenas três dias de proibição do trânsito de veículos pesados na Estrada de Chapada, 217 caminhões foram impedidos de passar pela região do Portão do Inferno, tendo que desviar.

 

A estrada, praticamente esquecida, que era usada pela comunidade rural do Distrito da Água Fria e da Cachoeira do Bom Jardim, agora tem fluxo intenso de caminhões de carga que levam e trazem produtos de Cuiabá e Várzea Grande para abastecer os comércios de Chapada e região. Um dos maiores fluxos, inclusive, é de veículos das empresas que engarrafam água mineral. São caminhões de pelo menos quatro empresas instaladas em Chapada que, diariamente, passam carregados no início da manhã e voltam vazios ao final do dia.

 

Os problemas começam com a placa de sinalização danificada, indicando a nova rota obrigatória, no quilômetro 49 da rodovia MT-351 (rodovia Senador Vicente Bezerra Neto), que liga Cuiabá ao Manso. Já nos primeiros 12 quilômetros são vários atoleiros, onde não existe cascalho e o solo é totalmente arenoso. Os trechos de declives e aclives acentuados ocorrem em pontos onde o estreitamento da via permite a passagem de um veículo de grande porte por vez. Lembrando que trafegar a noite pelo local é ainda pior pela ausência de iluminação e sinalização.

 

Morando e trabalhando à margem da rodovia, Otacílio Faustino dos Santos, 63, assegura que a movimentação dos caminhões começa ao nascer do sol. A propriedade onde ele trabalha fica no quilômetro 17, a partir do entroncamento com a MT-351. Nascido na região, é um dos que aguarda a pavimentação da rodovia. Lembra que o fluxo de veículos transportadores de calcário também é intenso e que com a temporada das chuvas os atoleiros são comuns para veículos menores e, no caso dos veículos pesados, será ainda pior.

 

Dois quilômetros adiante, uma ponte com estrutura de madeira, conhecida como a ponte do cemitério, fica a uma altura de cinco a seis metros do leito de um córrego quase seco. Aparentemente, a madeira parece ser bem antiga e não existe qualquer proteção lateral na ponte que, permite a passagem de apenas um veículo por vez.


Fonte: Gazeta Digital