O setor comercial brasileiro demonstra otimismo em relação às perspectivas de vendas para a Black Friday, programada para a próxima sexta-feira, dia 24. Segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a previsão é de um faturamento de R$ 4,64 bilhões, representando um aumento de 4,3% em comparação com o ano anterior. Caso essa projeção se concretize, será registrado o maior volume de vendas para essa data, que foi introduzida no Brasil em 2010. A redução da inflação é apontada como um dos fatores impulsionadores desse cenário positivo.
Conforme levantamento da CNC, os setores de eletroeletrônicos e utilidades domésticas, com um montante de R$ 1,28 bilhão, e de móveis e eletrodomésticos, totalizando R$ 1,05 bilhão, devem ser responsáveis por quase metade (48%) do faturamento previsto. Em seguida, destacam-se os ramos de hiper e supermercados, com R$ 1,02 bilhão, e vestuário, calçados e acessórios, com R$ 0,73 bilhão.
A desaceleração da inflação, que apresenta uma variação de 3% neste ano em comparação aos 9,7% do ano anterior, é apontada como um dos motivos que impulsionarão as vendas. Além disso, a valorização de 7,5% do real em relação ao dólar contribui para estratégias mais agressivas de preços por parte dos varejistas. Os recentes cortes na taxa básica de juros pelo Banco Central, favorecendo o crédito, também são destacados como motivadores para as compras, especialmente de bens duráveis, como geladeiras, televisões e celulares.
O economista da CNC, Fabio Bentes, responsável pelo levantamento, destaca que a flexibilização da política monetária a partir de agosto tende a desonerar o mercado de crédito, favorecendo um aumento nas vendas de bens duráveis, que historicamente são mais sensíveis às condições de crédito.
A pesquisa também revela os produtos mais procurados pelos consumidores nos últimos 30 dias, com destaque para aparelhos de ar condicionado, cujas buscas cresceram 177%. Contudo, é observado que esses produtos têm apresentado aumento de preço nos últimos 40 dias, com uma alta de 2,9%. Entre os 10 itens monitorados, apenas o ar-condicionado e os videogames (+7,9%) registraram aumento de preço, enquanto televisões e fogões apresentaram queda de -1,5% e -2,7%, respectivamente.
Os produtos com os maiores descontos médios incluem smartwatches (-12,4%), notebooks (-9,2%), fones de ouvido (-6,1%) e caixas de som (-5,6%).
Desde 2017, a Black Friday tem apresentado crescimento constante nas vendas, posicionando-se como a quinta data mais significativa para o comércio, ficando atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. A partir de 2020, esse crescimento se intensificou, impulsionado pelo aumento do comércio online e pela facilidade de consulta e comparação de preços na internet, consolidando a Black Friday como um evento de grande importância no calendário nacional, de acordo com a CNC.
Fonte: Da Redação
Data: 18/11/2023 - 08:25